quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Inverno







Vejo folhas, que antes eram verdes,
Nas árvores agora congeladas e brancas,
Vejo as cores que dominavam os bosques 
Agora tornarem-se cinza morto.
Vejo os pássaros que voavam antes,
Agora escondidos com medo do frio.
É o inverno que vem e castiga,
Castiga a vida, castiga a respiração,
Castiga as cores, castiga as flores.
Esse inverno que vem congelar meus amores,
Que vem endurecer meu coração... 

Há momentos em nossa vil existência,
Em que saboreamos mais nossa mortalidade,
Nossa incapacidade e fragilidade.
Como seres humanos estamos a merce da vida,
Suas desilusões, seus obstáculos...
Vemos tempestades se levantarem,
Engolindo qualquer raiar de esperança.
Vemos ondas se formarem em nosso meio,
Tragando qualquer tentativa de sucesso.
Vemos o fogo do medo consumir nossa ousadia,
Nossa fé em algo maior que nós mesmos.
Porém, esses dias maus passam,
A tempestade dá lugar ao sol,
O mar torna-se calmo como um lago
E o fogo apenas existiu para nos esculpir.
Tornamos mais fortes como seres terrenos e aprendemos.
As dificuldas estão ai para aprendermos, crescermos.
Não existe tormenta eterna, o sol sempre nasce pela manhã!

Esperar

Vejo o vento gelado lá fora,
A vida passando em páginas brancas
Que ainda não foram escritas.
Vejo o mundo sendo construído
E também me vejo aqui parado, pensando...
Queria poder ter condição de me levantar,
De lutar por um ideal,
Mas fico aqui parado, pensando.
Tenho um sonho branco distante,
Que não consigo realizar,
Tenho medo do desconhecido,
Medo de ter que tentar.
Minha fé está se esgotando
A cada dia que passa, não vejo mudança.
Não vejo sinal nem algo concreto.
Sei que dentro de mim existe algo nobre
Que merece ser apreciado, porém
Sinto essa virtude como um diamante
Que precisa ainda ser lapidado,
E não posssuo as ferramentas para o trabalho.
Queria uma chance de tentar, poder ver o sol surgir no horizonte,
Queria ver essa chuva passar e ver as flores nascerem.
Queria poder construir minha própria história!

(Carlos A. T. Rossignolo)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Caminho

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-xyG8JOvkETSBk8Otq9lwZporLA60chPZVprp8YXgaNpkd6xQiVganmZ1HJQKfRtiCEueHsVdfGOeZgWl60GJ2uQmXPQ7W3nDhYWYZf_xTk3BDFY3yc5j17Hjz4NmW6_UpaTX7rFOzK0m/s400/cores+vivas+afremov.png 


As folhas das árvores balançam
Ao vento que sopra o entardecer,
As luzes dos postes colorem,
As cores lindas de se ver.
São as luzes da vida, 
As luzes das cores,
As luzes dos caminhos de amores,
A donzela perdida, sentada
Ao banco de uma praça,
Com um caminho a seguir,
Por entre as árvores a balançar.
O vento sopra nos ouvidos o amor,
Os Zéfiros caminham pelo bosque
Com tanta dor, por não conseguir
Fazerem as cores das árvores
Plantarem no coração dos jovens
O Amor.
Caminhos largos, frescos
Por entre as folhas se formam, 
Caminhos leves, sem cores,
Sem vida, sem emoção,
Mas a donzela escolhe o caminho ao sol,
Que machuca, que derruba, que resseca.
E as cores cantam, balançam, colorem.
E a donzela chora, implora.
Mas as folhas renascem e escondem o sol.
As luzes colorem as árvores, o vento sopra o amor.
E o caminho mais difícil torna-se agradável,
E o Amor torna-se válido e recompensante.

(Carlos A. T. Rossignolo)

?


O amor não possui regras, 
Ele não avisa quando aparecerá,
Não nos deixa sequer pensar,
Muito menos nos permite defender-nos.

 Pode ser contrário a si, 
Pode ser ambíguo, dual,
Mas quando ele chega de repente,
Sabemos a sua força...

Nos prende, nos move, 
Nos reduz, nos eleva,
Nos consome, nos devora,
Nos fascina, nos deplora.

O amor é algo puro, imutável.
O dom mais precioso da vida,
O sentimento mais mortal,
De seres mortais como nós.

Se houver outra civilização que não a humana,
Em outro planeta próximo ou distante,
Peço que nesses seres haja um coração,
Para que possam provar a grandeza do amor.

(Carlos A. T. Rossignolo)