sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SONETO MISTO

Sentados na sacada, nessa noite escura e sem luar,
Com mil ideias, angústias, medos que teimam em ficar
Incertezas, segredos, receios que não se vão,
Sentimentos imperfeitos que apertam o nosso coração.

Nessa vã melancolia de ser ou não ser,
Há uma coisa que alegra intensamente o meu viver,
Crio mil jeitos para poder te ter, te amar,
Mas infelizmente me perco no mundo das conseqüências, então me deixo levar.

Me deixo levar por mil caminhos, que não cruzam os seus,
E num passe de mágica meus pensamentos criam seus lábios a se encontrar com os meus,
E o sol na janela apático iluminou o jardim.

Todo dia ao dormir agradeço aos céus e principalmente a Deus,
Pelos lindos sonhos, ideais perseverantes como os de Orfeu,
Eu não desisto, eu espero, eu acredito enfim, que no melhor momento possível, você há de voltar pra mim.


(Carlos A. T. Rossignolo e Lucas Chamas)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um cigarro é dualístico,
Faz tanto mal ao corpo,
Mas consegue libertar suas ideias.

(Carlos A. T. Rossignolo)

INLUMINISMO

Não é permitida a proibição de um movimento de expressividade intelectual, artística, cultural e sexual como a Parada Gay. É inconcebível proibir uma forma de manifestação humana e anular a liberdade de expressão artística, cultural, intelectual e sexual de seres livres e que honram a Democracia. Um ato desses anula as ideias Iluministas e enterra o legado e as conquistas compradas com sangue pelo povo na Revolução Francesa, subjugando nossa Constituição.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um amor pra recordar


Não importa o quanto você parece rude,
Sua vida toda passando, você parado,
Só por um intenso amor seu sentimento mude,
Olhe em meus olhos, me dê um beijo molhado.

Segure minha mão intensamente, meu amor,
Me dê o seu peito, me livra da solidão,
Em seu abraço apertado, sinto o calor,
Reacenda o fogo que havia em meu coração.

Mesmo que um dia eu abrace a morte,
E meu corpo esteja duro e frio,
Poderia dizer que vi a sorte.

Levarei comigo seu querer, seu olhar,
Estará comigo seu pensamento no vazio,
E poderei dizer que pra sempre vou te amar.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Medo


Ouve-se passos pelas escadas,
Veem-se vultos pelas janelas,
Dos gemidos vozes abafadas,
Das grades grandes sentinelas.

Chuva cai pelo telhado,
O vento ataca as paredes,
O chão rangendo molhado,
O sangue absorvendo o tapete.

Figuras escuras de loucura,
Imagens berrando na mente,
Ao brilho sinistro da lua.

Terror e horror presente,
Cheiro de morte crua,
Apaga breve vida sua.

(Carlos A. T. Rossignolo)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Rosa

Em uma noite violenta e chuvosa,
No céu haviam raios, nuvens duvidosas,
Nas faces haviam medos e tristezas,
Contempladas por um sentimento de incerteza.

A noite passou, o dia trouxe raios de sol,
Que iluminaram as faces enrugadas no lençol,
Trouxe para os pássaros vida e cor,
Para os desesperados o amor.

Não quero mais contemplar a ferocidade,
Nem viver essa louca velocidade,
Que aos meus olhos são hoje fantasia.

Me entrego de corpo e alma à alegria,
Renegando todas as pirâmides fálicas tenebrosas,
Me despejando à leveza dos grandes lábios de uma rosa.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Dúvidas

É em um dia normal,
Em que se acorda, toma um banho,
Um café da manhã, escova-se os dentes.
É em um dia normal,
Em que se estuda, em que se muda as ideias,
Percebe-se a vida, corrida, sem tempo para pensar.
É em um dia normal,
Em que seu café torna-se complexo,
Um cigarro torna-se pensativo, o horizonte infinito,
E não há tempo para pensar.
Olhei para o céu, perguntei para o ar,
Perguntei para o mundo, mas ele não ouviu meu perguntar.
É em um dia normal, que perguntei,
Mas com todas as minhas dúvidas fiquei,
E será em um dia normal,
Que olharei para o céu, perguntarei ao ar,
E do mundo não terei resposta ao meu perguntar.

(Crlos A. T. Rossignolo)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Outono


Vejo pela janela as folhas caindo,
Em um ensaio frenético, estético, cinético.
Vejo pela minha vida as coisas sumindo,
Distante, errantes, marcantes.

O sol castiga meu corpo,
A lua castiga meu espírito,
As asas dos pássaros de outono
Ruflam, estufam, desmancham.

Nesse ensaio de viver,
Vou tentando me tornar,
Aquele ideal par os outros,
Mas não pra mim.

A brisa na janela, a chuva no telhado,
O sol se escondendo, o chão todo molhado,
Sendo sempre assim esse ensaio,
Molhado, atado, amedrontado.

(Carlos A. T. Rossignolo)