quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Alguém como você...

Passei minha vida toda achando que sabia como era ter alguém,
Passei meus momentos românticos achando que sabia o que era amar,
Passei noites sonhando com lugares em que queria estar,
Passei minha vida vagando, indo, vindo como o mar.
Quando enfim te encontrei, as coisas passaram a fazer mais sentido,
Porque é em alguém como você que quero confiar,
É em alguém como você que quero acreditar,
Em alguém como você quero depositar meus desejos,
Meus medos, meus sonhos, minhas conquistas.
É com alguém como você que eu quero estar,
É alguém como você que eu quero amar.
É alguém como você que eu fiquei esperando
Durante minha vida, apenas alguém como você!
Someone like you baby. Te amo A. T.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

É só mais um poema de amor...

Se você, anjo meu, ler esse poema,
Talvez sentir-se-á confortável em me dizer.
Escrevo aqui o que não posso dizer,
Digo aqui meus maiores sentimentos,
Sinto aqui uma parte de você.
Quando ler isso, saberá que é para você,
Saberá porque sempre te disse
Que é o amor da minha vida.
Sinto tanto em ter perdido você,
Não te sinto mais comigo,
Vejo-o escorrer pelas minhas mãos.
Se isso for, não brigue com a vida,
Pois ela é incerta, complexa,
Mas se isso não for,
Volte pra mim, você me faz falta,
Eu não aprendi a viver sem você.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Vida em versos...

Aqui vai um desabafo de um poeta.
Um poeta que caminha pela vida,
Que é poeta não pelo que escreve,
Não pela poesia que pratica,
Mas sou um poeta por viver a vida
Como se ela fosse um poesia.
Meus dias são palavras,
Meus meses são versos,
Meus anos são estrofes.
Não vivo um soneto,
Pois a cada dia sou um,
Cada dia penso em algo novo,
Vivo uma emoção, um sentimento,
Um desejo de ser ou não ser.
Sou inconstante, minha vida é mágica,
Intensa, incerta.
Minha vida é uma poesia!

(Carlos A. T. Rossignolo)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Talvez em outra vida...

Talvez em outra vida eu poderia ter dado outro sorriso
Na primeira vez em nos vimos, no jardim de casa, em frente à garagem.
Talvez em outra vida eu poderia ter esperado um pouco mais
Pelo primeiro beijo roubado em um corredor escuro.
Talvez em outra vida eu poderia não ter dito o meu passado
E nem procurado saber do seu, que me mata de ciúmes.
Talvez em outra vida eu poderia ter me dedicado mais a você,
Ter ouvido suas queixas, ter prestado mais atenção nos erros.
Talvez em outra vida poderia ter feito um jantarzinho melhor
E não ter me queimado, assim não sofreria com lembranças.
Talvez em outra vida ficaríamos juntos sem nos preocuparmos
Se o amanhã chegará para ambos, se não partiremos no primeiro ônibus.
Talvez eu poderia ter estudado menos, ter saído com você sempre
Que sentia toda aquela vontade. Poderia ter sido menos orgulhoso,
Mais compreensivo, ter brigado menos.
Talvez em outra vida...
Mas talvez em outra vida não teria conhecido você,
Não teria aprendido que seu sorriso é lindo, que amo seu cabelo,
Seu toque, seu abraço. Amo ficar olhando seu rostinho por horas!
Ah! Talvez em outra vida não teria lembranças marcantes de você como tenho.
Talvez... Talvez... Mas aí seria outra vida, não essa.
Nessa, quero entregar aquilo que chamo de amor à você. Nessa, não mudaria nada em você.
Nessa, posso ser eu. Nessa, nos conhecemos. Por essa vida eu agradeço por ter me apaixonado!

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tão breve, tão marcante...

Era uma manhã doce de Novembro, como qualquer outra. O orvalho cristalizava todo o verde gramado e tornava aquele jardim vivo e colorido na janela, tão pálido e cinzento, como qualquer montanha congelada. Abri a porta dos fundos e decidi fazer um passeio matinal, reparando no cantar triste dos pássaros, na melancolia dos raios de sol que tangenciavam o vale denso e novoado, nas árvores secas que gritavam por vida. Caminhei em uma estrada longínqua, na verdade sem nenhum destino e expectativa, apenas para deixar o ar gélido entrar em meus pulmões. Após algum tempo de caminhada leve, ouvi um barulho suave de passos calmos atrás de mim. Continuei a caminhar num automatismo que era propiciado pela paisagem homogênea ao redor. Quanto mais eu caminhava tentando me distanciar e ser mais um no meio do cinza infinito, mais eu me aproximava daqueles passos que estavam seguindo os meus. Em um olhar leve e discreto percebi que não estava mais no meio do campo, mas em um jardim florido e alegre, sentado a beira de um penhasco, acariciando uma rosa. Contemplei seu rosto, suave em formas, contudo, vivo em emoções e expressões, alvo... Me perdi nesse momento, achei que minha breve existência se resumira ali e que nunca mais seria o mesmo após aquele instante. Minha vida girou em apenas um segundo. Um infinito em um breve espaço de tempo. Após aquilo, voltei a paisagem cinzenta daquele vale, ouvi novamente os pássaros chorarem, as árvores gritarem e o gelo cair por entre as rochas. Foi tudo uma breve ilusão, porém, a ilusão de toda minha vida!

(Carlos A. T. Rossignolo)

Interligação

"Há certezas que só ocorrem uma vez na vida"
(As Pontes de Madison)

Come seria se um dia o sol despertasse
Pálido, banhando as gramíneas pela manhã?
Come seria se o rio do condado corresse
Ao contrário, levando consigo as esperanças vãs?
Como seria se as estrelas no céu não ficassem,
Mas reluzissem no chão ao luar?
Como seria se naquela tarde não o houvesse encontrado,
Não houvesse hesitado, beijado, roubado seu coração?

Poderia olhar para minha vida com o mesmo apego
Ou com o mesmo cuidado? Poderia saber se havia amado?
Seria apenas uma ponte na paisagem, um fotografia em branco...
O sol se poria, as estrelas subiriam e o mundo se converteria em cinzas.

Mas talvez em cinzas devesse ficar,
Talvez em cinzas devêssemos nos unir
E para sempre esse amor selar.
E seria assim, seríamos pó sob uma ponte,
Uma ponte que leva e traz o destino incerto,
Entrelaçados, em cinzas seríamos amados!

(Carlos A. T. Rossignolo)

sábado, 8 de outubro de 2011

Como seria bom...

Como é bom poder acordar, olhar pela janela e sentir o mundo,
Sentir sua liberdade te tocar, sua vitória te acenar.
Como é bom poder olhar para o céu, e ter o controle da vida,
De seus sentimentos, memórias, impulsos.
Como é bom poder dizer um "oi" sem estar preso a um sentimento
Que mata, que cansa, que descansa, que ressuscita?
É muito bom amar ao vento, não ser escravo do amor, poder viver.
E como seria bom se todos fôssemos assim, se pudéssemos decidir
O que o coração irá amar. Ah! Isso é só ilusão boba. Somos humanos.
Para os que ainda não amaram, preparem-se. Para os que já, bem vindos ao mundo!

(Carlos A. T. Rossignolo)

Desapego

Enquanto seus cabelos negros balançavam,
E seus olhos escuros minha boca calavam,
Seu toque sensual e macio me arrepiava,
Seu sussurro em minha nuca alucinava.

Quando pra janela pude olhar,
Vi os pássaros em bando a cantar,
E quando de você eu lembrei,
Vi que de um sonho despertei.

Você não era real, aqueles cabelos,
Aqueles olhos, aquele toque de zelo,
Macio e sensual, tudo isso se desfez,
Como fumaça ao vento, era insensatez.

Não podia mais acreditar, que você sumiu ,
Não queria aprender que eras como um rio,
E nas águas rápidas da correnteza foi correndo,
E da minha mente e dos meus sonhos morrendo.

(Carlos A. T. Rossignolo)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ausência

Quando eu precisava de seu carinho,
Me vi em um mundo tão sozinho,
Louco pra te encontrar e dizer,
Que você faz parte do meu viver.

Você não está aqui nesse momento,
E nem por isso deixei morrer o sentimento,
Juntei as estrelas comigo a cantar,
As ensinei um modo fácil de te amar.

Na brisa do vento, nas ondas do mar aberto,
Ouvi seu chamado de mim mais perto,
Enchi meu peito de amor,
Apenas pra de ti ter o calor.

Mas não estava lá, não ouviu as estrelas,
Não fez de sua boca a mim merecê-la,
E fiquei vagando em seu sorriso apagado,
Procurando sua essência por todo lado.

Onde está você nesse momento?
Onde está um abraço apertado?
Estão os sentimentos jogados ao vento?
Ou sou apenas eu que vivo amarrado?

(Carlos A. T. Rossignolo)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Perdão

Nos momentos tristes, eu te perdoo;
Nos momentos alegres, eu te perdoo;
Nas minhas angústias, eu te perdoo;
Nas minhas euforias, eu te perdoo;
Na minha raiva, eu te perdoo;
No meu amor, eu te perdoo;
Na minha frustração, eu te perdoo;
Na minha admiração, eu te perdoo;
Nas minhas ações; eu te perdoo;
Nas suas ações; eu te perdoo;
Nos beijos não dados, eu te perdoo;
Nos beijos evitados, eu te perdoo;
Nos abraços apertados, eu te perdoo;
Na distância mantida, eu te perdoo;
Nos meus erros, eu te perdoo;
Nos seus acertos, eu te perdoo;
Nas minhas carícias, eu te perdoo;
Nas suas mãos, eu te perdoo;
Na minha paixão, eu te perdoo;
No seu amor, eu te perdoo;
No seu perdão, me sinto perdoado;
No meu perdão, sinta-se amado.

O perdão é um sentimento que deve estar no coração de todo o ser humano, evitando passar pelos estágios da angústia, da indiferença e da morte de um sentimento que não deve morrer.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Tempo, o verdadeiro deus

O tempo passa e a vida começa
No inicio é fácil, é tudo uma brincadeira
Passamos por fases essenciais sem muita pressa
E infância é maravilhosa, e temos ainda uma jornada inteira

Lá vem a adolescência, etapa enjoada
Nada é bom, amores vem e vão, preocupações que nos deixam loucos
Pessoas nunca nos obedecem, o pai é um carrasco, os irmãos implicantes e mãe ta sempre errada.
Os amigos não cobrem o vazio interminável e o melhor é muito pouco

Aos 18 anos é a vez do significado
Os amores não mais vão, vem e teimam em ficar
A saudade fica forte, o corpo treme, e o coração fica acuado
Com o passar do tempo o sentimento aumenta, e mais um significado, o de amar

Uma estrofe não é o bastante pra um momento tão oportuno, e tão vigente
Trago o contesto pra mim, eu - lírico estúpido, cheio de idealização
Que não consegue desviar o assunto, de um sentimento nada inteligente
Que me derruba me deixa completamente acorrentado, e sem reação

Onde está meu chão, piso em pregos sem você
Cadê meu sorriso, que ninguém mais vê
O tempo tem que passar, eu preciso te ter
Chega de solidão, eu não agüento mais um minuto, a pensar, a querer

Meu tempo é esse é apenas até aqui que eu vivi
Vivo uma paixão, que chamo de forte amor, e numa juventude, eis me aqui
Trilho meu caminho, com uma menina linda e não canso de repetir
Minha inspiração está com ela, assim como minha forças, não posso fingir

E essa menina com seus olhos vibrantes
Despertou um sentimento especial e realmente impressionante
Um segundo não passa longe dela, um minuto é uma vida, e um dia ja me deixa maluco, sem noção
A saudade aumenta o meu amor, e quando vejo aquela carinha, me derreto em lagrimas, não sei dizer não

Pensar se isso um dia termina, acho que nem o tempo pode dizer
Não vai terminar, mesmo que eu não tenha mais os mesmos momentos
Mas eu acredito nisso, eu não posso pensa negativo, porque as coisas são com o vento.
Levam as coisas leves primeiro, e o que for mais forte fica, e com a força que nesse amor posso ver
Que os Deuses coloquem a mão no nosso futuro, Porque tal não posso prever
Aliás o verdadeiro Deus, passa rápido, e eu posso notar e seu nome é o tempo.


(Lucas Chamas)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Estrela Na Janela II

Estava deitado em minha cama,
A solidão me consumia,
O desespero me açoitava,
A angustia me reprimia.
A noite lá fora só contemplada com o luar,
Sem nenhuma estrela, sem nenhuma promessa de vitória,
A escuridão dominava.
Por um chamado divino, levantei,
Abri a janela e contemplei o céu,
Limpo, escuro, enluarado,
Porém a minha guia não estava lá.
Não havia estrela, não havia esperança,
Somente a fé em meu peito pulsava, agarrava, me prendia,
Essa fé que me fez dar dois passos a frente e voltar.
Olhei novamente e não vi o brilho estelar que desejava.
Voltei, recuei, travei, desesperei, mas ousei,
A fé me fez voltar.
Ao olhar pela janela, em noventa graus estava ela, brilhando.
Meu peito pulsou, rasgou, chorou.
A estrela estava lá brilhando e me olhando,
Com um brilho dissipador, limpou minha mente,
Concretizou minha fé e mais uma vez me mostrou,
Que mesmo quando as coisas parecem perdidas, escuras,
Sem saída nem luz, há sempre a mesma estrela,
E ela vai estar lá olhando por mim,
Me amparando e me livrando das trevas.
Em uma voz doce me disse:
Há noites de choros e tormentas, mas o sol vem pela manhã!

(Carlos A. T. Rossignolo)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

SONETO MISTO

Sentados na sacada, nessa noite escura e sem luar,
Com mil ideias, angústias, medos que teimam em ficar
Incertezas, segredos, receios que não se vão,
Sentimentos imperfeitos que apertam o nosso coração.

Nessa vã melancolia de ser ou não ser,
Há uma coisa que alegra intensamente o meu viver,
Crio mil jeitos para poder te ter, te amar,
Mas infelizmente me perco no mundo das conseqüências, então me deixo levar.

Me deixo levar por mil caminhos, que não cruzam os seus,
E num passe de mágica meus pensamentos criam seus lábios a se encontrar com os meus,
E o sol na janela apático iluminou o jardim.

Todo dia ao dormir agradeço aos céus e principalmente a Deus,
Pelos lindos sonhos, ideais perseverantes como os de Orfeu,
Eu não desisto, eu espero, eu acredito enfim, que no melhor momento possível, você há de voltar pra mim.


(Carlos A. T. Rossignolo e Lucas Chamas)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um cigarro é dualístico,
Faz tanto mal ao corpo,
Mas consegue libertar suas ideias.

(Carlos A. T. Rossignolo)

INLUMINISMO

Não é permitida a proibição de um movimento de expressividade intelectual, artística, cultural e sexual como a Parada Gay. É inconcebível proibir uma forma de manifestação humana e anular a liberdade de expressão artística, cultural, intelectual e sexual de seres livres e que honram a Democracia. Um ato desses anula as ideias Iluministas e enterra o legado e as conquistas compradas com sangue pelo povo na Revolução Francesa, subjugando nossa Constituição.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Um amor pra recordar


Não importa o quanto você parece rude,
Sua vida toda passando, você parado,
Só por um intenso amor seu sentimento mude,
Olhe em meus olhos, me dê um beijo molhado.

Segure minha mão intensamente, meu amor,
Me dê o seu peito, me livra da solidão,
Em seu abraço apertado, sinto o calor,
Reacenda o fogo que havia em meu coração.

Mesmo que um dia eu abrace a morte,
E meu corpo esteja duro e frio,
Poderia dizer que vi a sorte.

Levarei comigo seu querer, seu olhar,
Estará comigo seu pensamento no vazio,
E poderei dizer que pra sempre vou te amar.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Medo


Ouve-se passos pelas escadas,
Veem-se vultos pelas janelas,
Dos gemidos vozes abafadas,
Das grades grandes sentinelas.

Chuva cai pelo telhado,
O vento ataca as paredes,
O chão rangendo molhado,
O sangue absorvendo o tapete.

Figuras escuras de loucura,
Imagens berrando na mente,
Ao brilho sinistro da lua.

Terror e horror presente,
Cheiro de morte crua,
Apaga breve vida sua.

(Carlos A. T. Rossignolo)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Rosa

Em uma noite violenta e chuvosa,
No céu haviam raios, nuvens duvidosas,
Nas faces haviam medos e tristezas,
Contempladas por um sentimento de incerteza.

A noite passou, o dia trouxe raios de sol,
Que iluminaram as faces enrugadas no lençol,
Trouxe para os pássaros vida e cor,
Para os desesperados o amor.

Não quero mais contemplar a ferocidade,
Nem viver essa louca velocidade,
Que aos meus olhos são hoje fantasia.

Me entrego de corpo e alma à alegria,
Renegando todas as pirâmides fálicas tenebrosas,
Me despejando à leveza dos grandes lábios de uma rosa.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Dúvidas

É em um dia normal,
Em que se acorda, toma um banho,
Um café da manhã, escova-se os dentes.
É em um dia normal,
Em que se estuda, em que se muda as ideias,
Percebe-se a vida, corrida, sem tempo para pensar.
É em um dia normal,
Em que seu café torna-se complexo,
Um cigarro torna-se pensativo, o horizonte infinito,
E não há tempo para pensar.
Olhei para o céu, perguntei para o ar,
Perguntei para o mundo, mas ele não ouviu meu perguntar.
É em um dia normal, que perguntei,
Mas com todas as minhas dúvidas fiquei,
E será em um dia normal,
Que olharei para o céu, perguntarei ao ar,
E do mundo não terei resposta ao meu perguntar.

(Crlos A. T. Rossignolo)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Outono


Vejo pela janela as folhas caindo,
Em um ensaio frenético, estético, cinético.
Vejo pela minha vida as coisas sumindo,
Distante, errantes, marcantes.

O sol castiga meu corpo,
A lua castiga meu espírito,
As asas dos pássaros de outono
Ruflam, estufam, desmancham.

Nesse ensaio de viver,
Vou tentando me tornar,
Aquele ideal par os outros,
Mas não pra mim.

A brisa na janela, a chuva no telhado,
O sol se escondendo, o chão todo molhado,
Sendo sempre assim esse ensaio,
Molhado, atado, amedrontado.

(Carlos A. T. Rossignolo)

domingo, 17 de julho de 2011

Quando olhei para o céu, vi ele límpido. As estrelas todas a sorrirem dissimuladas, exalando um brilho cruel. Mas tinham nuvens, nuvens adeptas ao luar. A lua escondia sua face, tão linda, tão alva, tão pura, desses vermes mortais indignos de contemplá-la.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Cachinhos Dourados

Esses seus cachinhos dourados,
Que balançam na brisa ao luar,
Esses seus olhos claros,
Fazem o vento cantar.

Nessa imensidão de sorrir,
Nesse frescor das ondas do mar,
Balançam os cachinhos a sentir,
Que leve está seu balançar.

Os dias vão, os sóis se põem,
As noites vem, as estrelas se escondem,
A lua morre, brilha, reluz.

Os cachinhos mexem, dançam,
Os cachinhos dourados balançam,
E aos que passam, seduz.

(Carlos A. T. Rossignolo)


Amar é só mais uma forma de nossa espécie demonstrar o quanto egoísmo nós praticamos durante nossa ínfima existência. Quando amamos queremos a pessoa perto para podermos ficar bem, assim como em todos os nossos atos, todos visando apenas nosso bem estar.

(Carlos A. T. Rossignolo)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Batalha

"A alma é aquilo que o corpo recusa." (Alain)


Nesse corpo encorpado,

De músculos e neurônios,

Nessa mente encefálica,

De pensamentos e malícias,

Reside algo alvo,

Algo puro, intocável.

O sopro divino ao homem,

O que nos difere dos anjos e demônios.

O ser humano em seu êxtase,

Suprime, oprime, deprecia,

Essa alma branca e cálida,

E o corpo luta, camufla, reduz...

A alma trancada, gritando, berrando...

A alma amada, amando, sonhando...

Mas a carne combate, rebate, ataca.


Comandam as pernas, os braços, as bocas,

Esses neurônios prepotentes, egoístas,

As falas, os olhares.


Mas e a alma?


A alma fica trancada, gritando, berrando...

Assistindo a sua prisão destruir o mundo.

(Carlos A. T. Rossignolo)

"Uma loba amamenta os Gêmeos, e Roma nomeia-se princesa do mundo!" (von Goethe)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Abadia

Seus tetos altos e transparentes,
Faziam apagar dele suas imagens,
Imagens brancas, de santos e anjos,
Todos heróis, mas apenas imagens.

Seus corredores mortos,
Suas promessas apagadas,
Seus vitrais chorando,
A chuva que corria lá fora.

Quantas mentiras, quantos passes
Comprados diretos para os aposentos eternos.
Quantas pessoas desesperadas por uma ideologia
Sem nem entenderem o Amor.

Quanto ouro reluzindo em suas taças,
Quanta prata em seus cálices,
Que não conseguem dissipar com seu brilho,
A escuridão de seu passado.

Nem os santos, nem os anjos,
Nem os papas, nem as imagens em ouro,
Nem os vitrais reluzentes, nem Michelangelo,
Podem disfarçar o sangue jorrado outrora.

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 14 de junho de 2011

A semelhança entre a poesia e uma estrela é que ambas conseguem emitir luz em meio a escuridão. A diferença é que uma estrela explode pra morrer. A poesia explode para nascer no coração de um simples mortal!

(Carlos A. T. Rossignolo)

domingo, 12 de junho de 2011

E eu aqui pensando em você...

As luzes apagadas brilhando pela janela me trazem algumas lembranças. Elas me lembram seus olhos olhando pro vazio e eu a contemplá-los, cheios de sonhos, de ilusões, olhos simplesmente apaixonados. Esse frio que entra por minha porta e sopra em meus ouvidos como é bom sentir seu calor, estar protegido por seus braços, sentir o fogo de sua boca que me atinge em um turbilhão de pensamentos. Essas lágrimas que escorrem pelo meu rosto, como o choro do mar por ter a lua refletida sobre ele mas ao mesmo tempo tão distante, são as mesmas lágrimas salgadas que saltam quando não está perto. Sua presença sempre indispensável faz o mundo parar, faz as coisas mais sérias virarem piadas, me foca, me fascina, me faz lembrar o quão dependente eu sou do seu amor, o quão eu me entrego a ti. O mundo sem você não seria mundo, a vida seria apenas um ensaio sem atuação, eu faria apenas mais um monólogo perdido. Não sei porque demorei tanto tempo pra te encontrar, só sei que não quero te perder. Você não me completa, você faz uma coisa que eu tenho dentro de mim nascer, explodir. Essa coisa chama-se AMOR!

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 7 de junho de 2011

E é quando eu fecho meus olhos, que melhor ouço meu coraçao!

(Carlos A. T. Rossignolo)

?



A vida vai passando,
Pela janela dos olhos,
Desvendando seus sentimentos,
Jorrando lágrimas ao vento,
Gerando incertezas, emoções que passam,
Que se desfazem em pétalas de flores amarelas,
Douradas e prateadas,
Que reluzem ao som das ondas cintilantes,
Que fazem a cabeça girar erroneamente,
Desvendando mistérios,
Criando projetos, desilusões,
Conflitos eternos.

O que são as chuvas senão lágrimas
De serafins ao ver a tristeza,
Impoência,
Carência,
Sofrimento,
Duvidas mosntruosas nos homens.

O que são os raios solares senão a fúria do cosmo,
Por ter criado uma raça tão imunda, tão fraca, tão dependente.
Uma espécie atroz, feroz, voraz,
Canibais!

O que são os uivos dos ventos senão a voz de Deus,
Soprando palavras, caminhos e força aos nossos ouvidos?
Delirantes e frescas são elas, um ópio dos caminhantes,
A força motriz que move tudo, que nos torna servos e cria os conflitos com a carne.

O que são as estrelas senão uma doce ilusão,
Inalcansáveis como nossos sonhos, intocáveis como os desejos,
Luzindo no céu e nos dizendo que somos incapazes.
Uma ironia terrível, que em todas as noites melancólicas apreciamos.

O que são as fontes de águas senão um veneno cruel da terra,
Que prolonga nosso sofrimento antes de nos tornarmos pó.

O que é a vida? Uma tragédia que nos contratou como atores,
Nos fazendo encenar mesmo sem termos o dom,
Mesmo sem nos insinar o enredo, mesmo sem o compromisso de um final feliz.

(Carlos A. T. Rossignolo)


"Deus ao mar perigo e abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Como um Sonho



As luzes das velas tremeluziam,
Despejavam em sua face a alegria das cores,
Ao encontro das bocas nós sentíamos,
O gosto intenso de todos os sabores.

Meus olhos brilhavam molhados,
Nossos reflexos no espelho refletiam,
Em um mesmo ponto abraçados,
Era um momento doce e especial que curtíamos.

A vida passava lá fora,
O mundo inteiro correndo,
Ninguém reparando na aurora,
O mundo inteiro sofrendo.

Mas nós estávamos paralisados,
Em um sentimento que nos envolvia,
A ampulheta parada ao lado,
E os corações que acelerados batiam.

Ao apagar das velas, tudo escureceu,
O mundo deixou de existir,
Mas em seus olhos encontrei a luz que me fortaleceu,
Me guiou por caminhos, me fez em frente seguir.

(Carlos A. T. Rossignolo)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Quando olho desta sacada,
Com um frio cigarro na mão,
Meu olhar caminha ao céu pela estrada,
E se perde na noite por reflexão.

Os prédios a minha volta,
Meus amigos ao meu lado,
Então ele se solta,
Vem me lembrar meu fardo.

O coração aperta, sinto as responsabilidades,
Vejo o sol cintilando e os pássaros voando,
Gozando da minha liberdade roubada.

Só queria viver sem essa obscuridade,
Só queria seguir minha vida sonhando,
Só queria não me perder na minha caminhada.

(Carlos A. T. Rossingnolo)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Na monotonia deste momento,
E no semblante deste luar,
Em que voa meu pensamento,
Vivo procurando o brilho do seu olhar.

Palavras difíceis trazem a perfeição de um momento poético,
E sem você neste momento esqueço que sou ético,
Esqueço de me orgulhar.

Porém se a saudade matasse,
Eu estaria em um outro plano,
Mas estaria só a caminhar,

Procurando sua alma, procurando um pranto,
Um cantinho gostoso para que eu possa meus olhos enxugar.

Mas não me importo com momentos futuros,
Eu irredutívelmente não me importo com o que acontecerá,
É que sem você a dor é tão grande,
Que a minha mente em minutos com você estará.

(Lucas Chamas)


quarta-feira, 18 de maio de 2011

A verdadeira magia da poesia não está nas palavras jogadas ao papel, na explicação de livros e nem de autores. A verdadeira magia repousa e se manifesta na mente daquele que explode em emoções ao contemplar um poema.

(Carlos A. T. Rossignolo)

domingo, 15 de maio de 2011

Lembre-se

Lembre-se da noite em minha casa
Onde foi selado o primeiro beijo,
Lembre-se das bocas molhadas,
Juntas em um mesmo desejo.

Lembre-se das manhãs ensolaradas,
Em que o mundo inteiro dormia,
Lembre-se da minha face apaixonada,
Que por horas te olhando, sorria.

Lembre-se dos nossos abraços,
Das palavras nos ouvidos sussurradas,
Lembre-se de que está um pedaço
Do meu peito, em suas mãos atadas.

Não o solte, não deixe outro alguém o pegar ,
Ele é seu, assim como o sol pertence à lua,
Assim como a areia é do mar,
Minha paixão é somente sua.

Por ti senti o amor, que meus sentidos desejavam,
Senti minhas mãos de medo tremerem tais,
Que meus olhos ao te olhar brilhavam.
Lembre-se de mim, uma vez mais.

(Carlos A. T. Rossingolo)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Jaz Nela

Uma cascata de água,
Entre lembranças e pensamentos,
Entre a cultura e o esquecimento,
Criavam-se formas ao vento.

Na noite suave, na tempestade feroz,
A vida mudando frequentemente,
A lógica ausente, esperando o traspor da razão.

Formas aleatórias, obras para serem criadas,
Poesias a serem escritas, não menos belas,
Que aquelas que já foram formadas.

A película de minha janela, com o significado
A ser desvendado no véu da mente.
Ideias que nela ficarão e com ela morrerão.

(Carlos A. T. Rossignolo)

sábado, 19 de fevereiro de 2011


Nessa noite vazia e sem luar,
Na imensa escuridão do nada,
Na janela vejo seguir a estrada,
Que me conduz ao seu olhar.

Nesse céu sem estrelas e sem cor,
Ao uivar desesperado do vento,
Eu desesperadamente tento,
Sentir em meu peito seu amor.

Ao raiar cintilante o sol,
Em teu sorriso resplandece,
Essa luz como farol,

Que me guia pelo mar,
Me protege e me emudece,
E só me faz querer te amar.

(Carlos A. T. Rossignolo)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Versus

Entre a lua e o mar,
Entre o céu e a terra,
Entre o silêncio e o cantar,
Entre a paz e a guerra...

Entre o fogo e a razão,
Entre o escuro e o claro,
Entre o amor e a paixão,
Entre o comum e o raro...

Entre todas essas coisas,
Em ti vaga meu pensar,
Só em ti meu eu repousa,
Só por ti quero lutar.

(Carlos A. T. Rossignolo)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Poesia é a forma do homem se aproximar de seu Criador, é a manifestação do divino em palavras, é a vontade de criar em ação.

(Carlos A. T. Rossignolo)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Scream


O por insensível do sol,
A morte do horizonte,
A pureza suja de um lençol,
O cinza do céu distante.

Estou entre as duas pontas da vida,
Em uma ponte sem direção,
De um lado a realidade sofrida,
Do outro a falsidade da decepção.

Deixo meu eu para trás,
Sinto meu corpo em dois,
O tempo passa fugaz,
E o agora fica pra depois.

No meio da ponte fico estático,
Prefiro a covardia a seguir um caminho,
Esse triste sol fanático,
Se põe e me deixa na ponte, sozinho.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Vitória Régia

Óh, Rainha Real do Rio,
Madrinha do esplendor da lua,
Restauradora do calor ao frio,
Revela àquela a linda face tua.

Mostra ao meu fraco ser,
Que o amor perdido,
Pode voltar a arder,
Nesse meu peito enegrecido.

Faz em minha alma,
Ressurgir o perdão,
Me devolve a calma,
Alegra meu triste coração.

Volta teus olhos ao mar,
Sê com aqueles que amam,
Diga esperança em teu falar,
Não deixe enganar os que enganam.

Quero em teu leito declamar,
Os mais nobres e métricos poemas,
Quero em tua face ver o lar,
Que deixei perder-se em meus dilemas.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Senhora


Que graça tem, Senhora?
Se teus olhos encontram os meus,
Se eu suspiro nos peitos teus,
Naquele sentimento de outrora.

Que graça tem, Senhora?
Se tua alma encontra a minha,
Se teu querer era o que eu tinha,
Se te tenho a essa hora.

Que graça tem, Senhora?
Se ouço assim teu doce falar,
Se em teu suspiro ouço o mar,
Se estamos aqui agora.

Que graça tem, Senhora?
Se foi fácil a mim teu amor,
Se por ele não tive labor,
Se dificuldade queria o que namora?

(Carlos. A. T. Rossignolo)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Na Imagem do Tempo


Quando o vento passava frio,
Quando a noite chegava quieta,
Quando me dominava o vaziu,
Quando deixava as coisas incertas.

A névoa descia ao chão,
Beijava-lhe a face escura,
E deixava-o na maior solidão,
Sem qualquer lembrança de ternura.

Ouvia-se o chorar desesperado,
Que o chão bradava ao vento,
E os pássaros todos desconcertados,
Rasgavam o céu em um momento.

A escuridão abraçava a paisagem,
As árvores sussurravam paixão,
Já se podia ver a imagem,
Deixada pelos amantes da decepção.

(Carlso A. T. Rossignolo)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Firework

Quando eu olho pela vidraça,
Vejo o brilho dos fogos,
Vejo as pessoas na praça,
Vejo a alegria dos jogos.

Sinto a leveza do ar,
Ouço o ruflar dos pássaros,
Beijo a brisa do mar,
Deito à areia pés descalços.

Um abraço suave me aperta,
Um beijo molhado me fascina,
Uma flecha de cupido me acerta,
Me envolve, me consome, me alucina.

Os fogos estouram, em um brilho fatal,
As lágrimas escorrem ao chão
Me trazendo um desejo mortal,
De ser único em seu coração.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Invernos


E em seu caminhar mergulhava em seus mais íntimos e profundos pensamentos. Lembrava da sua infância, de como sua família era ausente. Das tardes de domigo que passava apenas com seu cachorro em torno de um lago, remoendo livros de fantasia, estas que nunca sairiam do papel. Lembrava-se também das manhãs em que pintava quadros em aquarela, que escorria pelo chão, tingindo aqueles raios cinzentos que desciam pela janela e penetravam em seu coração. O tempo foi passando e sua vida continuava sempre a mesma, monótona, vazia. Quando deitava-se em seu jardim congelado ao olhar para o céu monocromático, lembrava de seu vaziu. A cada passo que se afundava na neve ela pensava em um de seus invernos. Além das montanhas havia uma esperança, um rastro do sol que coloria a paisagem, mas além das montanhas é longe, são muitos passos e muitos invernos; o que o ser humano não consegue suportar. Já estava sozinha, sem a família que não lhe fazia falta, sem seu cachorro companheiro de tardes inúteis, sem aquela vontade de vencer que a acompanhava quando jovem. Ela estava lá, em mais um de seus invernos, caminhando sozinha no gelo, sentindo a brisa cortar-lhe a face e as lembranças, o coração.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Faíscas


Eram faíscas incertas, apaixonadas.
Elas pulavam de um lado para o outro, reluzindo seu brilho na imensidão da noite. O lago cinzento coberto por névoas envolvia o silêncio, que roubava todos os sonhos de um mundo decrépito. As árvores balançavam suas curtas folhas potentes, que em uma dança sinistra roubavam o ar e cortavam seu viver. Os animais estavam mortos, apáticos, gélidos. Havia uma cabana de folhas secas, rodeada por uma vegetação fúnebre, com os galho quebrados. Nessa cabana o tempo reinava e mesmo velha, ela resistia na paisagem. As núvens cobriam o céu e impossibilitavam o brilho das estrelas, mas algo brilhava. Eram as faíscas reluzentes que saltavam do coração das pessoas apaixonadas. O amor é assim, apesar de viver em um mundo sem vida, ele nos dá forças, nos anima, nos faz ver o brilho que só existe em nós. Essas faíscas saltitantes, que pulam, estouram, alegram, iluminam. Elas conseguem envolver o mundo em luz.

(Carlos A. T. Rossignolo)