As
pessoas transitam de um lado ao outro, todas diferentes. O café quente
exala um aroma quente numa manhã fria em Porto Alegre. As músicas
começam e terminam, e por mais que a mesma canção se repita dezenas de
vezes, a cada uma traz uma mensagem, um sentimento diferente. É tudo
passageiro, é tudo efêmero, é tudo fim. Quem eu vi há dez minutos, já
deve estar voando de volta pra casa. O café já esfriou e agora tem um
cheiro forte de pó, já não esquenta mais o vento frio rio grandense com o
qual eu nao estou acostumada. Mesmo as músicas e minhas reflexões sobre
elas mudaram. Já não lembro qual foi a última canção e em que ela me
fez pensar, tampouco estou disposta a usar o botão "voltar" pra
descobrir qual era e no que pensei. O "voltar" não vai mais me trazer a
mesma coisa, como ela foi. Assim é na vida.
Não há um "return" quando se trata da vida. Por mais que tu tentes
retomar o pretérito perfeito, vais viver num constante "Efeito
Borboleta". Revirar o passado pode só piorar o teu presente e até
o teu futuro. Recordar o passado não é reviver, mas é morrer um
pouquinho. É claro que tu vais te lembrar das coisas boas, mas o que te
marca mesmo são as coisas ruins, as lágrimas. Não negues. Essa é a
lógica de todo ser humano. Por mais que não queiras, os "quase", os "se"
decorrentes das tuas reflexões sobre o que passou te machucam mais que
um tiro na boca, se que isso é possível. Então,
se tudo é como uma manhã num Café de aeroporto, efêmero, não percas as
oportunidades que a vida te oferece. Faça o que quiseres e dane-se o que
os outros vão falar ou pensar de ti. Vivas intensamente para que os
"quase" e os "se" não sejam tão dolorosos quando, por acaso, tu usares o
botão "return" da tua vida. Have a
nice day.
(Carolina Rossignolo Torres)
(Carolina Rossignolo Torres)
Nenhum comentário:
Postar um comentário