quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O Aeroporto


As pessoas transitam de um lado ao outro, todas diferentes. O café quente exala um aroma quente numa manhã fria em Porto Alegre. As músicas começam e terminam, e por mais que a mesma canção se repita dezenas de vezes, a cada uma traz uma mensagem, um sentimento diferente. É tudo passageiro, é tudo efêmero, é tudo fim. Quem eu vi há dez minutos, já deve estar voando de volta pra casa. O café já esfriou e agora tem um cheiro forte de pó, já não esquenta mais o vento frio rio grandense com o qual eu nao estou acostumada. Mesmo as músicas e minhas reflexões sobre elas mudaram. Já não lembro qual foi a última canção e em que ela me fez pensar, tampouco estou disposta a usar o botão "voltar" pra descobrir qual era e no que pensei. O "voltar" não vai mais me trazer a mesma coisa, como ela foi. Assim é na vida. Não há um "return" quando se trata da vida. Por mais que tu tentes retomar o pretérito perfeito, vais viver num constante "Efeito Borboleta". Revirar o passado pode só piorar o teu presente e até o teu futuro. Recordar o passado não é reviver, mas é morrer um pouquinho. É claro que tu vais te lembrar das coisas boas, mas o que te marca mesmo são as coisas ruins, as lágrimas. Não negues. Essa é a lógica de todo ser humano. Por mais que não queiras, os "quase", os "se" decorrentes das tuas reflexões sobre o que passou te machucam mais que um tiro na boca, se que isso é possível. Então, se tudo é como uma manhã num Café de aeroporto, efêmero, não percas as oportunidades que a vida te oferece. Faça o que quiseres e dane-se o que os outros vão falar ou pensar de ti. Vivas intensamente para que os "quase" e os "se" não sejam tão dolorosos quando, por acaso, tu usares o botão "return" da tua vida. Have a nice day.

(Carolina Rossignolo Torres)

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