O tempo traz consigo a dor,
Nas suas asas prende-se o amor,
Em sua face vê se o sofrimento,
Em seu manto o contentamento.
O tempo é efêmero,
Em si concêntrico,
Dinâmico, estático,
Atroz, piedoso.
Ele é a vida, a antítese,
O oxímoro e o paradoxo.
Ele nos faz rir e nos faz chorar,
Apenas com o seu simples olhar.
Hoje ele veio e me deixou um presente, temporal.
(Carlos A. T Rossignolo)
"Os poetas não têm pudor em relação às próprias experiências: eles as exploram!" Friedrich Nietzsche
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Difuso
Em seus olhos eu vejo,
Meu mundo girar,
Gira, gira, gira, em desejo,
Desejo de te encontrar.
Mas olho neles, cansados, perdidos,
Sem forças pra brilhar, e na aurora
Que desponta o dia, são sofridos,
Cheios de mágoas e pecados de outrora.
Mas ao passar do dia, ele brilha,
Mostra sua face clara, cativa,
E ao passar meu olhar cintila
Sua ofuscante luz ativa.
São seus olhos, seus olhos, seus olhos.
São eles nos meus, os meus aos teus.
Esqueça o que passou, o quanto errou,
Vire a página e sinta meu peito bater.
Eu vejo seus olhos, eles brilham para mim...
(Carlos A. T. Rossignolo)
Meu mundo girar,
Gira, gira, gira, em desejo,
Desejo de te encontrar.
Mas olho neles, cansados, perdidos,
Sem forças pra brilhar, e na aurora
Que desponta o dia, são sofridos,
Cheios de mágoas e pecados de outrora.
Mas ao passar do dia, ele brilha,
Mostra sua face clara, cativa,
E ao passar meu olhar cintila
Sua ofuscante luz ativa.
São seus olhos, seus olhos, seus olhos.
São eles nos meus, os meus aos teus.
Esqueça o que passou, o quanto errou,
Vire a página e sinta meu peito bater.
Eu vejo seus olhos, eles brilham para mim...
(Carlos A. T. Rossignolo)
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Tardes
Sinto-me vaziu, como uma bexiga inflada de ar,
Não consigo mais achar meu chão, difícil caminhar,
As tardes me pego pensando em um futuro distante,
As noites me vejo lembrando do meu passado errante.
Poderia ser um raio de sol, que entrasse em minha janela,
Para alegrar meu coração e me tirar dessa cela,
Um cantar de pássaros risonhos,
Para essa tristeza secar, me fazer lembrar dos sonhos.
Meus sonhos sonhados, um dia almejados,
Hoje desprezados por esse aperto apertado,
Essa pressão que empurra meu peito,
E me põe no chão, nesse leito.
Minha mente em conflito, minha vida passando,
Meus compromissos esperando, um bem estar mediano,
A face aos tapas, os amores pesados,
Sem preconceitos, sem medos, sem lados...
(Carlos A. T. Rossignolo)
Não consigo mais achar meu chão, difícil caminhar,
As tardes me pego pensando em um futuro distante,
As noites me vejo lembrando do meu passado errante.
Poderia ser um raio de sol, que entrasse em minha janela,
Para alegrar meu coração e me tirar dessa cela,
Um cantar de pássaros risonhos,
Para essa tristeza secar, me fazer lembrar dos sonhos.
Meus sonhos sonhados, um dia almejados,
Hoje desprezados por esse aperto apertado,
Essa pressão que empurra meu peito,
E me põe no chão, nesse leito.
Minha mente em conflito, minha vida passando,
Meus compromissos esperando, um bem estar mediano,
A face aos tapas, os amores pesados,
Sem preconceitos, sem medos, sem lados...
(Carlos A. T. Rossignolo)
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
Sentido
Eu não sei mais se estou
Tentando levar, em vão,
Uma vida que escapou
Pelas minhas mãos.
Eu não sei mais se devo tentar,
Tentar seguir em frente,
Ou se o melhor seria logo se entregar,
E dizer tudo o que se tem em mente.
A vida sofrida, desiludida, angustiaga, apagada, embranquiçada, desbotada.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Tentando levar, em vão,
Uma vida que escapou
Pelas minhas mãos.
Eu não sei mais se devo tentar,
Tentar seguir em frente,
Ou se o melhor seria logo se entregar,
E dizer tudo o que se tem em mente.
A vida sofrida, desiludida, angustiaga, apagada, embranquiçada, desbotada.
(Carlos A. T. Rossignolo)
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Coisas
Quando penso nesse amor,
Logo me vem aquela dor,
A dor daquela noite fria,
Que entristecer-me fazia.
Eu entreguei a ti meu coração,
E ganhei de ti decepção,
Eu te amei verdadeiramente,
Não foi amor de serpente,
Não foi amar por amar,
Foi sonhar, sonhar
Meus mais lindos sonhos
Ao seu lado, risonhos
Em minha ingenuidade,
Mas de repente tudo acabou,
Nessa noite que passou,
Passou minha admiração,
Me vejo aqui em solidão,
E esse mar, que não passa,
Que não para, que amassa,
Amassa com suas ondas
E vem nessa ressaca longa.
Ao olhar para trás,
Vejo meu olhar fugaz,
Minhas lágrimas que caíram,
Meus caminhos que fugíram,
E tudo o que eu mais queria
Era demostrar o que sentia,
Sentia um carinho imenso,
Me perdia nos seus olhos densos,
Admirava seu sorriso brilhante,
Era em ti uma constante,
Constante de felicidade,
Constante de vivacidade.
Agora, em meu despertar,
Já me é roubado o sono, o falar,
Penso em ti a todo instante,
E vejo meu peito vibrante,
E ouço meu respirar cansado,
E sinto meus sentidos parados.
O que queria era dizer "te amo",
Te dar um abraço, sem dano,
Mas não é assim,
Não é fácil pra mim.
O tempo tem tempo
Pra curar essa ferida ao vento,
E eu vou deixar, deixar a vida mostrar.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Logo me vem aquela dor,
A dor daquela noite fria,
Que entristecer-me fazia.
Eu entreguei a ti meu coração,
E ganhei de ti decepção,
Eu te amei verdadeiramente,
Não foi amor de serpente,
Não foi amar por amar,
Foi sonhar, sonhar
Meus mais lindos sonhos
Ao seu lado, risonhos
Em minha ingenuidade,
Mas de repente tudo acabou,
Nessa noite que passou,
Passou minha admiração,
Me vejo aqui em solidão,
E esse mar, que não passa,
Que não para, que amassa,
Amassa com suas ondas
E vem nessa ressaca longa.
Ao olhar para trás,
Vejo meu olhar fugaz,
Minhas lágrimas que caíram,
Meus caminhos que fugíram,
E tudo o que eu mais queria
Era demostrar o que sentia,
Sentia um carinho imenso,
Me perdia nos seus olhos densos,
Admirava seu sorriso brilhante,
Era em ti uma constante,
Constante de felicidade,
Constante de vivacidade.
Agora, em meu despertar,
Já me é roubado o sono, o falar,
Penso em ti a todo instante,
E vejo meu peito vibrante,
E ouço meu respirar cansado,
E sinto meus sentidos parados.
O que queria era dizer "te amo",
Te dar um abraço, sem dano,
Mas não é assim,
Não é fácil pra mim.
O tempo tem tempo
Pra curar essa ferida ao vento,
E eu vou deixar, deixar a vida mostrar.
(Carlos A. T. Rossignolo)
O mundo é uma tragédia. Um palco irônico de existência. Eu, um palhaço sendo manipulado.
Pensei que nossos sentimentos fossem concretos,
Achei que o que importava era só eu e você,
Julguei que eu seria algo bom na sua vida,
Me equivoquei pensando que ganharia algum respeito de você.
Quando dizia que amava, eu relamente amava. Me entreguei a esse amor, abri mão de muitas coisas, mas você deixou um abismo dentro do meu coração.
Não sei se será como foi, se será se será se será...
Coisas incertas, futuras, distantes.
A vida é uma caixinha de surpresas, e eu queria que fosse meu presente, mas como o nome disse: me surpreendi.
Pensei que nossos sentimentos fossem concretos,
Achei que o que importava era só eu e você,
Julguei que eu seria algo bom na sua vida,
Me equivoquei pensando que ganharia algum respeito de você.
Quando dizia que amava, eu relamente amava. Me entreguei a esse amor, abri mão de muitas coisas, mas você deixou um abismo dentro do meu coração.
Não sei se será como foi, se será se será se será...
Coisas incertas, futuras, distantes.
A vida é uma caixinha de surpresas, e eu queria que fosse meu presente, mas como o nome disse: me surpreendi.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Noite Sombria
A lua descansava imóvel no céu,
Nuvens cobriam-na com transparente véu,
Ouvia-se uivos na floresta sombria,
A noite dilacerava os ossos com sua brisa fria.
Os mortos enterrados mexiam-se em suas valas,
A luz opaca que iluminava a triste e vazia sala,
Lentamente se entregava e se transformava na escuridão,
Na escuridão que enegrecia e congelava o mais puro coração.
As portas batiam, as janelas abriam, a neblina entrava,
A dama de branco se levantava da cama e caminhava
Em direção ao doce fluido que escorria pelas paredes,
Um medo incontrolável e uma sangrenta sede.
O dia não chegava, a imensidão profunda e negra se estendia,
As estrelas cobriam suas faces para não ver aquela cena vazia,
Que outrora fora alegre, fora clara, alva e brilhara como o sol a pino,
Mas que hoje se entranha como um homem que já não ouve o sino.
Essas imagens macabras vinham em minha mente,
Eu já não era mais aquele menino contente,
Pois a vida vai nos esvaindo, gota a gota, até que paramos,
E olhamos nossos caminhos percorridos e falhamos.
Queria apenas ver o dia, a aurora despontar naquela floresta,
Iluminar os ramos das árvores, trancar nas valas suas arestas,
Ver aquela sala alegre, aquela dama se vestir com vestidos vivos,
Ver que minha mente já se livrou desses pensamentos nocivos.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Nuvens cobriam-na com transparente véu,
Ouvia-se uivos na floresta sombria,
A noite dilacerava os ossos com sua brisa fria.
Os mortos enterrados mexiam-se em suas valas,
A luz opaca que iluminava a triste e vazia sala,
Lentamente se entregava e se transformava na escuridão,
Na escuridão que enegrecia e congelava o mais puro coração.
As portas batiam, as janelas abriam, a neblina entrava,
A dama de branco se levantava da cama e caminhava
Em direção ao doce fluido que escorria pelas paredes,
Um medo incontrolável e uma sangrenta sede.
O dia não chegava, a imensidão profunda e negra se estendia,
As estrelas cobriam suas faces para não ver aquela cena vazia,
Que outrora fora alegre, fora clara, alva e brilhara como o sol a pino,
Mas que hoje se entranha como um homem que já não ouve o sino.
Essas imagens macabras vinham em minha mente,
Eu já não era mais aquele menino contente,
Pois a vida vai nos esvaindo, gota a gota, até que paramos,
E olhamos nossos caminhos percorridos e falhamos.
Queria apenas ver o dia, a aurora despontar naquela floresta,
Iluminar os ramos das árvores, trancar nas valas suas arestas,
Ver aquela sala alegre, aquela dama se vestir com vestidos vivos,
Ver que minha mente já se livrou desses pensamentos nocivos.
(Carlos A. T. Rossignolo)
sábado, 9 de outubro de 2010
Ataque do Capitalismo
Pensem nos milhões
Verdinhos e frescos
Pensem nos políticos
Cegos ou atores?
Pensem nas vítimas do 11 de setembro,
Carne dilacerada
Pensem na "guerra ao terror"
Como "guerra para o petróleo"
Mas, oh, não se esqueçam,
Do rosa das faces
Do rosa do desespero
O rosa de sangue com cimento
O rosa voador dos [norte] americanos
O rosa das túnicas púrpuras
O rosa da areia do deserto
Que se mistura na vasta imensidão
Do negro do coração e do óleo denso
Que move nosso mundo capitalista.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Verdinhos e frescos
Pensem nos políticos
Cegos ou atores?
Pensem nas vítimas do 11 de setembro,
Carne dilacerada
Pensem na "guerra ao terror"
Como "guerra para o petróleo"
Mas, oh, não se esqueçam,
Do rosa das faces
Do rosa do desespero
O rosa de sangue com cimento
O rosa voador dos [norte] americanos
O rosa das túnicas púrpuras
O rosa da areia do deserto
Que se mistura na vasta imensidão
Do negro do coração e do óleo denso
Que move nosso mundo capitalista.
(Carlos A. T. Rossignolo)
Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
(Vinícius de Moraes)
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
(Vinícius de Moraes)
Egomanismo
Quando Deus já havia criado tudo,
O mundo estava seguro, maduro,
Mas no sexto dia, resolveu fazer
O homem, sentenciando sua obra a morrer.
De sua mais casta brilhante mente,
Ultrapassou os limites do Fiat luzente,
O que suficiente era parar na luz,
Extendeu-se até o ser que do pecado se reproduz.
Estendido o dedo da misericórdia,
Deus nos oferece sabedoria,
Busca ao homem anular a discórdia,
E compõe essa errônea sinfonia.
O homem contrai seu dedo,
Aponta-o para seu umbigo,
Da ira de Deus já não tem medo,
Mas dita regras para ser temido.
Não se concretiza a união,
Criador e criatura ficam separados,
E é dessas batalhas que se farão
Sumir a maioria dos pecados.
(Carlos A. T. Rossignolo)
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