terça-feira, 12 de outubro de 2010

Coisas

Quando penso nesse amor,
Logo me vem aquela dor,
A dor daquela noite fria,
Que entristecer-me fazia.
Eu entreguei a ti meu coração,
E ganhei de ti decepção,
Eu te amei verdadeiramente,
Não foi amor de serpente,
Não foi amar por amar,
Foi sonhar, sonhar
Meus mais lindos sonhos
Ao seu lado, risonhos
Em minha ingenuidade,
Mas de repente tudo acabou,
Nessa noite que passou,
Passou minha admiração,
Me vejo aqui em solidão,
E esse mar, que não passa,
Que não para, que amassa,
Amassa com suas ondas
E vem nessa ressaca longa.
Ao olhar para trás,
Vejo meu olhar fugaz,
Minhas lágrimas que caíram,
Meus caminhos que fugíram,
E tudo o que eu mais queria
Era demostrar o que sentia,
Sentia um carinho imenso,
Me perdia nos seus olhos densos,
Admirava seu sorriso brilhante,
Era em ti uma constante,
Constante de felicidade,
Constante de vivacidade.
Agora, em meu despertar,
Já me é roubado o sono, o falar,
Penso em ti a todo instante,
E vejo meu peito vibrante,
E ouço meu respirar cansado,
E sinto meus sentidos parados.
O que queria era dizer "te amo",
Te dar um abraço, sem dano,
Mas não é assim,
Não é fácil pra mim.
O tempo tem tempo
Pra curar essa ferida ao vento,
E eu vou deixar, deixar a vida mostrar.

(Carlos A. T. Rossignolo)

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