segunda-feira, 27 de junho de 2011

Abadia

Seus tetos altos e transparentes,
Faziam apagar dele suas imagens,
Imagens brancas, de santos e anjos,
Todos heróis, mas apenas imagens.

Seus corredores mortos,
Suas promessas apagadas,
Seus vitrais chorando,
A chuva que corria lá fora.

Quantas mentiras, quantos passes
Comprados diretos para os aposentos eternos.
Quantas pessoas desesperadas por uma ideologia
Sem nem entenderem o Amor.

Quanto ouro reluzindo em suas taças,
Quanta prata em seus cálices,
Que não conseguem dissipar com seu brilho,
A escuridão de seu passado.

Nem os santos, nem os anjos,
Nem os papas, nem as imagens em ouro,
Nem os vitrais reluzentes, nem Michelangelo,
Podem disfarçar o sangue jorrado outrora.

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 14 de junho de 2011

A semelhança entre a poesia e uma estrela é que ambas conseguem emitir luz em meio a escuridão. A diferença é que uma estrela explode pra morrer. A poesia explode para nascer no coração de um simples mortal!

(Carlos A. T. Rossignolo)

domingo, 12 de junho de 2011

E eu aqui pensando em você...

As luzes apagadas brilhando pela janela me trazem algumas lembranças. Elas me lembram seus olhos olhando pro vazio e eu a contemplá-los, cheios de sonhos, de ilusões, olhos simplesmente apaixonados. Esse frio que entra por minha porta e sopra em meus ouvidos como é bom sentir seu calor, estar protegido por seus braços, sentir o fogo de sua boca que me atinge em um turbilhão de pensamentos. Essas lágrimas que escorrem pelo meu rosto, como o choro do mar por ter a lua refletida sobre ele mas ao mesmo tempo tão distante, são as mesmas lágrimas salgadas que saltam quando não está perto. Sua presença sempre indispensável faz o mundo parar, faz as coisas mais sérias virarem piadas, me foca, me fascina, me faz lembrar o quão dependente eu sou do seu amor, o quão eu me entrego a ti. O mundo sem você não seria mundo, a vida seria apenas um ensaio sem atuação, eu faria apenas mais um monólogo perdido. Não sei porque demorei tanto tempo pra te encontrar, só sei que não quero te perder. Você não me completa, você faz uma coisa que eu tenho dentro de mim nascer, explodir. Essa coisa chama-se AMOR!

(Carlos A. T. Rossignolo)

terça-feira, 7 de junho de 2011

E é quando eu fecho meus olhos, que melhor ouço meu coraçao!

(Carlos A. T. Rossignolo)

?



A vida vai passando,
Pela janela dos olhos,
Desvendando seus sentimentos,
Jorrando lágrimas ao vento,
Gerando incertezas, emoções que passam,
Que se desfazem em pétalas de flores amarelas,
Douradas e prateadas,
Que reluzem ao som das ondas cintilantes,
Que fazem a cabeça girar erroneamente,
Desvendando mistérios,
Criando projetos, desilusões,
Conflitos eternos.

O que são as chuvas senão lágrimas
De serafins ao ver a tristeza,
Impoência,
Carência,
Sofrimento,
Duvidas mosntruosas nos homens.

O que são os raios solares senão a fúria do cosmo,
Por ter criado uma raça tão imunda, tão fraca, tão dependente.
Uma espécie atroz, feroz, voraz,
Canibais!

O que são os uivos dos ventos senão a voz de Deus,
Soprando palavras, caminhos e força aos nossos ouvidos?
Delirantes e frescas são elas, um ópio dos caminhantes,
A força motriz que move tudo, que nos torna servos e cria os conflitos com a carne.

O que são as estrelas senão uma doce ilusão,
Inalcansáveis como nossos sonhos, intocáveis como os desejos,
Luzindo no céu e nos dizendo que somos incapazes.
Uma ironia terrível, que em todas as noites melancólicas apreciamos.

O que são as fontes de águas senão um veneno cruel da terra,
Que prolonga nosso sofrimento antes de nos tornarmos pó.

O que é a vida? Uma tragédia que nos contratou como atores,
Nos fazendo encenar mesmo sem termos o dom,
Mesmo sem nos insinar o enredo, mesmo sem o compromisso de um final feliz.

(Carlos A. T. Rossignolo)


"Deus ao mar perigo e abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Como um Sonho



As luzes das velas tremeluziam,
Despejavam em sua face a alegria das cores,
Ao encontro das bocas nós sentíamos,
O gosto intenso de todos os sabores.

Meus olhos brilhavam molhados,
Nossos reflexos no espelho refletiam,
Em um mesmo ponto abraçados,
Era um momento doce e especial que curtíamos.

A vida passava lá fora,
O mundo inteiro correndo,
Ninguém reparando na aurora,
O mundo inteiro sofrendo.

Mas nós estávamos paralisados,
Em um sentimento que nos envolvia,
A ampulheta parada ao lado,
E os corações que acelerados batiam.

Ao apagar das velas, tudo escureceu,
O mundo deixou de existir,
Mas em seus olhos encontrei a luz que me fortaleceu,
Me guiou por caminhos, me fez em frente seguir.

(Carlos A. T. Rossignolo)