A vida vai passando,
Pela janela dos olhos,
Desvendando seus sentimentos,
Jorrando lágrimas ao vento,
Gerando incertezas, emoções que passam,
Que se desfazem em pétalas de flores amarelas,
Douradas e prateadas,
Que reluzem ao som das ondas cintilantes,
Que fazem a cabeça girar erroneamente,
Desvendando mistérios,
Criando projetos, desilusões,
Conflitos eternos.
O que são as chuvas senão lágrimas
De serafins ao ver a tristeza,
Impoência,
Carência,
Sofrimento,
Duvidas mosntruosas nos homens.
O que são os raios solares senão a fúria do cosmo,
Por ter criado uma raça tão imunda, tão fraca, tão dependente.
Uma espécie atroz, feroz, voraz,
Canibais!
O que são os uivos dos ventos senão a voz de Deus,
Soprando palavras, caminhos e força aos nossos ouvidos?
Delirantes e frescas são elas, um ópio dos caminhantes,
A força motriz que move tudo, que nos torna servos e cria os conflitos com a carne.
O que são as estrelas senão uma doce ilusão,
Inalcansáveis como nossos sonhos, intocáveis como os desejos,
Luzindo no céu e nos dizendo que somos incapazes.
Uma ironia terrível, que em todas as noites melancólicas apreciamos.
O que são as fontes de águas senão um veneno cruel da terra,
Que prolonga nosso sofrimento antes de nos tornarmos pó.
O que é a vida? Uma tragédia que nos contratou como atores,
Nos fazendo encenar mesmo sem termos o dom,
Mesmo sem nos insinar o enredo, mesmo sem o compromisso de um final feliz.
(Carlos A. T. Rossignolo)
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