Em meus olhos viam-se sombras,
Em meu peito floriam medos,
Em minha mente nasciam desilusões,
Por minhas mãos, escapavam sonhos.
Em meu deitar sentia sua ausência,
Em meu despertar não havia abraço,
Em meu mar as ondas eram de açúcar,
Por elas os beija-flores inclinavam-se.
Mas em uma noite de chuva, fria e morta,
Em que as janelas batiam ferozmente contra a parede,
E o vento trazia os mais bizarros gemidos da dor,
Por uma fenda no teto eu pude ver a esperança.
Luziu fortemente um raio de sol todo alaranjado,
Um feixe de luz que se decompôs em minhas lágrimas,
Tornando-se um espectro de luz com as mais perfeitas cores,
E trazendo a vida novamente ao meu coração.
O vento cessou, já não havia mais chuva, nem frio,
As flores brotavam no meu jardim em pares,
E a noite vazia passou, deixou marcas e levou sua dor,
E o dia de sol chegou, me fazendo ver a beleza da vida.
Se não fosse as lágrimas que caíram de meus olhos,
A luz não se dividiria nas mais divinas cores,
Eu não poderia ver em um dia de sol as mais belas coisas,
E sem as lágrimas, a vitória não teria esse gosto.
(Carlos A. T. Rossignolo)
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