terça-feira, 14 de setembro de 2010

Era mais um dia comum em minha vida, com a mesma monotonia, a mesma rotina de sempre. A grama seca do jardim, as árvores que olhavam para o céu implorando uma gota de chuva, os grãos de areia rodopiavam no ar, fazendo uma barulhenta e seca sinfonia, proveniente das construções do capitalismo. A paisagem era essa, seca, rude, agressiva, desestimulante. Não havia pássaros no céu, não havia cantar na cidade, o seu cinza se destacava em meio a tudo. Estava um calor que derretia os miolos, saindo das ruas de concreto como se quisessem dominar todo o planeta. Eu já não sabia mais o que fazer, já não me sentia mais em casa, estava deslocado de minha realidade, ou era apenas a efeito do meio sobre mim.
Na volta para casa, vim refletindo, pela avenida calma e serena, sobre minha vida, em que várias coisas me acudiam. Olhava os edifícios vistoso e almejava-os, pensa nos carros que poderia comprar e no que fazer para tê-los. Não nego que dinheiro me agrada, mas me agrada mais ainda a cultura. Na escolha da profissão, estou totalmente indeciso. O mundo inteiro parece olhar para mim, em um coro austero e me dizer: "Você tem dez segundos para escolher o seu futuro." As coisas então fugindo ao meu controle, a poesia me agrada, linguística e suas carreiras, todavia sou apaixonado por medicia, por seres humanos. Tenho meu futuro incerto.
Ia olhando a cidade e construindo meus sonhos, minhas esperanças, minhas aspirações. A cultura me enaltece, o saber me seduz e poder me ajudar o próximo, me completa.
Me sinto assim, perdido, flutuando em um mundo superconcreto, deslocado da realidade, pressionado, e isso vai fazendo mal, apertando o coração. Sou apenas uma criança de 17 anos com uma responsabilidade de nações em minhas frágeis mãos!

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