segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Divino

Me encontro aflito, apático, triste,
Não me apetece mais atuar,
Se é que o Amor existe,
Ele não me ensinou amar.

Oh Deus! Em sua mais bela criação,
Tu nos deste sabedoria,
E não tenho em meu coração,
O mais nobre sentimento que temia.

Tu fizeste céu e terra,
E não olhaste para mim,
Estou comigo em guerra,
Ao olhar o mundo, só vejo fim.

Tu me deste esses lábios,
Essas mãos que escrevem poesia,
Mas eles já estão cálidos,
Não há mais a vontade que sentia.

Estou triste, estou morrendo,
A vida tornou-se escura,
Não consigo continuar vivendo,
Não vejo mais sua face pura.

Tu se ausentaste de mim por agrado,
Não sinto mais sua presença,
Não me deixarás seu legado,
Se eu falhar na crença?

Tu, bom pai,
Que ama o mais desprezível ser,
Sabes que nos atrai
Esse mal que nos faz morrer.

Queria uma chance,
Um voto de confiança,
Assim quem sabe alcance,
A tão linda fé de uma criança!

(Carlos A. T. Rossignolo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário