segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Angelical

Em minha cabeça havia um pensamento,
Tímido, fraco, transparente como o vento,
E ganhava volume com o tempo, me fazia aflito,
Fazia em mim uma guerra, um enorme conflito.

Era puro, alvo e provinha do amor,
Queria o bem ao meu semelhante sem dor,
Queria estar perto, queria acariciar,
Poder fazer de seu leve colo, seu deitar.

Mas esse sentimento não era correspondido,
E então ao anjo atendi o pedido,
Arranquei-o de minha mente sem medo,
E ao anjo entreguei esse meu profundo segredo.

Não é justo amar desta forma incondicional,
Sem ser ao menos respeitado, ser livre do mal,
Não há razão nisto, nunca haverá,
E a morte deste sentimento, o brilho angelical velará.

(Carlos A. T. Rossignolo)

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