segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Soneto a Santiago

"A Machado de Assis, que me concedeu
o primeiro, o décimo primeiro e o
décimo segundo versos deste soneto."


Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!
Tu me examinas assim como um réu,
Pousas os olhos sobre mim, crua,
Que pairam, de cigana e de ressaca, no céu.

De cigana astuta, oblíqua e dissimulada,
De ressaca, que me traga e mantém
Meu querer em sua boca adocicada,
E de réu, me faz seu maior refém.

Deixo minha mãe, minha casa,
Minhas esperanças em seu coração,
Para poder ser livre, abrir as asas.

Perde-se a vida e ganha-se a batalha?
Ou perde-se a batalha e ganha-se a vida?
É um delicado fio, na face de uma navalha.

(Carlos A. T. Rossignolo)

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