quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ilusão




Era um dia como outro qualquer. Decidi dar uma volta pelo campo que rodeava o casebre de palha onde era hóspede. Lá, no alto de uma colina, consegui presenciar a cena mais linda de toda minha pacata vida. Era entardecer, o sol estava preguiçoso deslizando seus raios de vermelho vivo sobre o leito das montanhas frias e cinzentas. As nuvens dançavam sobre seu véu reluzente, emitindo suas cores e transfigurando a terra a seus pés. No vale, um rio serpenteava por entre as montanhas ganhando espaço, ganhando direção, sentido, alimentando a vida. Suas coníferas estavam verdes, tapeteando seu aveludado aparentar pelas imensidões da imaginação. Os picos das altas montanhas pareciam tanger o céu, que revidava e espelhava sua imensidão e seu esplendor nas águas translúcidas e reflexivas do curso d’água que desaparecia pela fenda da vida.

(Carlos A. T. Rossignolo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário